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Leonismo - uma filosofia de vida



O texto abaixo é a transcrição do discurso proferido pelo Diretor Internacional Mexicano, CL Pedro A. Botello Ortiz, durante a 46ª Convenção do Distrito LC-2, realizada  em Águas de Lindóia
CL Pedro A. Botello Ortiz discursa na 46ª Convenção do Distrito LC-2A humanidade em geral sempre foi regida por escrituras, tratados, leis, regulamentos, todos eles baseados no comportamento humano e tendo como objetivo buscar o respeito segurança e bem-estar social.
As religiões, os governos e a sociedade contam com as leis para reger nossos comportamentos.
No âmbito religioso, encontramos belas jóias de escrituras divinas, que têm, como objetivo principal, o amor a nossos semelhantes e que, por nossos feitos, pretendemos ser homens de boa vontade e obter com isso uma paz espiritual.
Nossa sociedade está cheia desse tipo de pessoas, que buscam fazer o bem. Só que, em muitas ocasiões, não sabem ou não têm a forma de realizar essas boas ações. Aí é onde surgem instituições como a nossa, Lions Clubs International, que têm como objetivo principal ajudar a nossos semelhantes, dando o meio de como apoiar e conduzir quem integra esta grande associação.
Nosso código de ética representa um belo tratado de amor e respeito com nossos semelhantes, lealdade a nossas instituições, dignidade do indivíduo, mas sobretudo apoio a nossos irmãos, sem importar credo nem nacionalidade. "Bonito, não acham?"
Como podemos observar, nós leões estamos regidos por uma "filosofia de vida", na qual, de forma voluntária, como são as boas causas, nos obrigam a professar o bem entre nós mesmos, assim como com nossos semelhantes e por isso que digo que ser Leão é um grande privilégio, mas também uma bela responsabilidade.
A América Latina é sem dúvida o mais belo e alegre de nossos continentes. Creio que, sobre isso, estamos todos de acordo. E é o que Deus pensou que deveria ter seu lugar mais belo, ou seja, o Paraíso. Na América Latina, temos tudo: belas tradições e passados gloriosos, excelentes e deliciosas comidas, montanhas, rios, planícies, abundantes litorais que banham nossas costas, diversidade de flora e fauna, uniformidade de idioma (espanhol), ainda que, em algumas ocasiões, batalhemos para nos entender mas, no final, nos entendemos e nos colocamos de acordo, todo tipo de climas para escolher o que mais goste e, o mais importante, sua gente e, em especial, suas mulheres, de longe as mais belas do planeta (estamos de acordo), mas vale dizer que sim.
E eu me ponho a pensar: se temos tudo isso, por que nosso Leonismo Latino-Americano não é o maior e mais importante do mundo?
Vale a pena analisar e responder essa pergunta.
Pois bem, permitam-me comentar-lhes um ponto de vista muito particular e talvez alguém venha a estar de acordo comigo.
Nesta convenção está representada a liderança do Distrito LC-2, disso não me resta nenhuma dúvida. Existem grandes preocupações, pela diminuição de associados em nossos países. Não será que devemos deixar de nos preocupar e nos ocuparmos? Em outras palavras "atuar".
Se em todos os presentes temos um só interesse, o de fazer maior o Leonismo na América Latina, por que não podemos fazê-lo?
Sempre pensei que nós leões atuais temos em nossas mãos um valioso capital que herdamos de nossos antecessores. E quero lhes fazer uma pergunta: vocês têm a quem deixar como legado o seu trabalho realizado e que ainda realizarão dentro do Leonismo? Se já têm, muitas felicidades; se não, é momento de buscar isso.
Não sei quanto a vocês, mas eu, em todo evento Leonístico que participo, cada vez vejo menos jovens. Nosso Leonismo Latino-Americano está se tornando velho e não somos a exceção. O Leonismo em geral (mundo) tem as mesmas características. Como podemos remediar esse efeito? Eu creio no seguinte:
Não estamos perdidos. Pelo contrário, temos um grande potencial em nossa população Leonística atual, já que essa geração, a qual pertencemos, ama o Leonísmo. Temos experiência e sabedoria para convencer aqueles que, todavia não conhecemos e que serão os Leões do futuro.
Quem será a força de ação para resolver nosso problema? Fácil! Vejam quem está ao lado, à frente e atrás de vocês. Já os viram, agradeça-lhes, porque eles serão os que resolverão nossos problemas. E, por último, quando chegar em seu quarto, fiquem de pé à frente do espelho e verão quem vai resolver o problema do Leonismo Latino-Americano. Por tudo que terão que fazer pelo engrandecimento de nosso Leonismo, peço que se dêem, de antemão, um forte aplauso. Obrigado, já estão comprometidos.
E já que os responsáveis pelo nosso Leonismo somos nós, ninguém vai fazer por nossa casa nada, se não o fizermos nós.
Nenhuma campanha que invente o nosso escritório internacional, nem nós, terá êxito se não a implantarmos nós mesmos. A solução é formar clubes e reforçar os existentes. Mas não nos enganemos: não coloquemos jovens em clubes velhos. A experiência nos diz que isso não funciona. Pelo contrário: formamos clubes jovens com jovens ou mistos. Eu não sei, nem me perguntem, mas as novas gerações sim, podem trabalhar homens e mulheres conjuntamente no próprio clube.
Outro êxito tem sido a formação de Clubes de Mulheres. Não teimemos em incluir mulheres em clubes que inicialmente foram de homens, isso não funciona. Pelo menos na América Latina, as mulheres sozinhas, lhes digo por experiência, fazem um magnífico trabalho em prol de nosso Leonismo. Por certo, deixem-me dar-lhes uma cifra que os fará pensar: atualmente, em nosso Leonismo Mundial, a população de associadas mulheres é de quase um terço, e creio que, segundo as estatísticas, no ano de 2015, serão maioria.
Por muitos anos no passado, a mulher, na sociedade, sofreu ataques de discriminação e o Leonismo não foi uma exceção. Eu creio que isso se devia a que, no passado, a mulher era abnegada, submissa. Claro, disse "no passado". Na atualidade, a mulher, com base na sua inteligência, tem obtido o lugar que sempre deveria ter tido.
Uma coisa devo reconhecer: ainda que tarde, nossa organização foi a primeira a outorgar o reconhecimento à mulher. Digo tarde porque, se isso tivesse acontecido antes, a meta utópica de 1.500.000 de associados, que nunca pudemos atingir, a teríamos passado há muito tempo com "a inclusão da mulher no Leonismo".
Mas graças a boas decisões de nossos dirigentes, esse problema da discriminação da mulher de pertencer a nossa organização, é coisa do passado, ainda que existam alguns que ainda não o aceitem.
Há alguns meses, em meu país, depois de um conversa que tive em uma reunião de gabinete, se aproximaram de mim um casal já de idade e me perguntou a senhora: "veja, Pedro, verdade que está certo que as mulheres podem ser Leões?" "Efetivamente", lhe respondi. "Mas meu velho diz que não", retrucou. Disse-lhe: "perdoe-me, mas está equivocado. Desde 1987, nossa organização abriu as portas para aceitar a mulher como Leão." "Pois, em meu Clube, não aceitamos mulheres", disse o senhor. Ao que imediatamente interveio ela, dizendo: "e quem te disse que eu queria entrar em seu clube? Nem louca, com tanto velho. Já basta você!"
Mulheres, isso não importa. Como diz o ditado: "uma andorinha não faz verão." Isso me faz lembrar uma piada que minha mãe contava. Deixe-me contar-lhes:
Falando da inteligência da mulher: era recém-casado, quando, em determinado dia, minha mãe conversava com Nancy, minha esposa. Sem querer, escutei-as e ela dizia: "a mulher por natureza é inteligente e astuta. Apesar disso, a mulher é mais inteligente quando, no casamento, sempre faz crer que quem manda é o homem".
Palavras sábias. Olhem para mim: 30 anos felizes casados e, desde então, quem manda em casa sou eu, não é verdade, querida? Escutaram sua resposta?
Para os que acreditam que mandam em sua casa, quero lhes dizer que, pesquisando, cheguei à conclusão que esta máxima tem muitos anos e vem sendo transmitida de tataravós, bisavós, avós, mães e filhas, e creio que continuará sendo transmitida.
Assim já sabem o que pensar quando escutarem "como quiser querido".
Não se ofendam: é apenas uma piada. O que não é piada é que parte importante da solução de nossos quadros sociais passa pela incursão da mulher em nossa instituição e se buscamos mulheres exitosas, inteligentes, com experiência no trabalho humanitário. Enfim, com todas as características para ser um magnífico Leão. Não procurem mais: já a têm em casa.
Alguns dirão: "Pedro, não está dizendo nada novo."Efetivamente.
A única novidade é tratar de motivar-los a "atuar".
E não me digam que não sabem como fazer isso. Quantos daqui, quantos foram governadores e presidentes ou, se ainda o são, formaram um Clube de Leões ou ajudaram a formá-lo? Levantem a mão, por favor.
Sim, sabemos fazer isso, porque não saber, de novo insisto, ninguém vai fazer por nós o que não façamos nós mesmos.
Eu quero comentar aos nossos Past Presidentes, aos Past Governadores, aos nossos Governadores e todos os que têm sido assessores em nível de Conselho, em nível Distrital e em nível de Clube, e aos Leões em geral: eu li várias vezes os estatutos, os regulamentos etc. e, em nenhuma parte de nossos estatutos, está escrito que um Leão pode se aposentar. No Leonismo, não há direito de aposentadoria. Pelo contrário, ele tem a obrigação de passar adiante os seus conhecimentos e sobretudo trabalhar até o último dia de suas vidas como Leões. Isso é o belo de nossa organização. Ou seja, já sabem: temos que trabalhar, cada um em sua área, e lograr que o nosso Leonismo Latino-Americano seja o mais forte e sólido do Leonismo Internacional. Estou convencido de que podemos obter êxito.
Enquanto isso não acontece, têm muito trabalho ao voltar para casa. Deixem de se preocupar pelo que está acontecendo com o Leonismo latino-americano, apenas atuem para engrandecê-lo. Essa é a solução, essa é a única solução, não há outra, não a busquem.
Quando estou com gente como vocês, que quero e aprecio, sempre me despeço com uma frase que eu gosto muito, desejando-lhes a todos que Deus esteja com vocês. Há alguns dias, li, no pára-choque traseiro de um caminhão, uma frase que me encantou e que quero compartilhar com vocês. Dizia assim: "agora vou; se regresso, é porque Deus está comigo; se não, é que eu estou com ele."
Invejo a segurança que teve a pessoa que escreveu isso. Quisera eu tê-la. Por isso, lhes quero dizer: nosso Deus sempre está conosco. Tentemos ser bons seres humanos. Em uma palavra, excelentes Leões e estou seguro que, sendo assim, estamos assegurando o lugar ao lado dele.
Ser Leão é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. E chegou o momento de atuar.
Por sua atenção, muito obrigado.

* CL Pedro A. Botello Ortiz
Diretor Internacional 2006 - 2008
Membro do Lions Clube de Monterrey Poente - México
E-mail: p_botelloo@yahoo.com.mx

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