Pular para o conteúdo principal

Leonismo franciscano


CL Marco Aurélio Zaparolli *

Artigo escrito e publicado em 2008
Freqüento todas as semanas o Mosteiro das Irmãs Clarissas, ordem religiosa fundada no século XIII, portanto há 700 anos, sob inspiração de Santa Clara, jovem muito rica, filha de nobres, que tudo despojou para se dedicar com São Francisco de Assis, aos pobres.
Lá, vivem em clausura absoluta, 30 religiosas, que mantém vida contemplativa e oram 24 horas por dia em favor da humanidade.
Recentemente, inauguramos a Capela de Santa Clara, depois de dois anos e meio de intensa luta, mas que pode hoje congregar em um lugar especial para a comunhão com Deus.
Refletindo sobre os valores franciscanos, penso que o Lions assimila alguns fundamentos básicos, como os do servir, doar-se, encampar a causa dos menos afortunados, viverem os irmãos em simplicidade, respeitar a natureza e preservar as virtudes morais.
Escrevo isso porque nos últimos meses tenho assistido a uma avalanche de soberba e arrogância que deveriam ser defenestradas no movimento e pelo contrário, tem sido estimulada por muitos líderes, em troca da fundação de um clube, da ampliação da base de associados, da busca desesperada e frenética de medalhas.
Tudo isso me entristeceu profundamente e me colocou em verdadeiro conflito ético, sobre o que de fato estou fazendo no Movimento Leonístico ?
Afinal, a arte do reconhecimento não pode ser confundida com o estímulo à vaidade. Meritório trabalhar, produzir, fundar clubes, buscar novos associados. Profundamente nobre reconhecer os talentos que se dedicam ao processo de multiplicação em Lions.
Entrementes, não é ético fazer do bem que se pratica aplicação que deve ser capitalizada, render juros e voltar ao autor como se investidor fosse e assim, buscasse o plantio para colheita própria.
O que plantamos, devemos dividir em Lions. ´
Outro dia, alguém me disse não importa quem fez, mas que tenha sido feito. Digo que importa sim quem fez, porque a obra deve ter assinatura, para ser reconhecida, mas, não deve ser a obra um totem de vaidade.
Nesse diapasão, tenho visto muitos homens vaidosos à caça de presas para exposição.
E quem perde é o movimento porque à custa de um clube fundado, a torto e a direito, sem qualquer critério, sem a observação de regras para que amadureça com solidez, o movimento decai, associados se vão e enfraquece-se o Leonismo.
E podem perguntar: qual o paralelo do Leonismo com a Filosofia Franciscana? O de que leões devem ser sempre aqueles que doam sem querer nada receber em troca. Porque o mérito da bem aventurança já está embutido na edificação da obra.
A vaidade em Lions contamina, dilacera, afugenta o servir desinteressado.
Quando nossos líderes impõem desafios, devemos atingir nossas metas não pensando nas medalhas e prêmios, mas na edificação do Leonismo pelo prazer de servir e de ser essa, a nossa causa primeira e única.
Deus olha o bem que fazemos, mas se entristece quando só o fazemos em troca de interesses.

* CL Marco Aurélio Zaparolli
Assessor de Instrução Leonística do Distrito LC-8
Governadoria Mauro Covre / Silvete - AL 2007/2008
Presidente do CIRCLE-LP - Círculo Cibernético Leonístico da Língua Portuguesa
Associado do Lions de Marília - Terceiro Milênio - DLC-8
E-mail: marcozaparolli@hotmail.com

Comentários