CL Marco Aurélio Zaparolli *
Escrito e Publicado em 2008
Por muitos anos se pensou que para ser associado de um Lions Clube, pesava para o candidato sua projeção social, o quanto agregava em prestígio na sociedade e imaginou-se até que sua relação de bens e declaração de imposto de renda fossem pré-requisito para ingressar no leonismo.
Belos vestidos e adornos, ternos impecáveis, jantares com talheres de prata, copos de cristal, menus refinadíssimos. Era o que se pensava e ainda pensam alguns - desatualizados - de um Lions Clube.
Entretanto, com o passar do tempo os próprios associados descobriram que nada disso está escrito no Objetivo de Lions Internacional tão pouco no Código de Ética.
Não há em qualquer Estatuto de qualquer clube do mundo que para ser associado de um Lions você deva primeiro exibir sua carteira recheada de dinheiro ou seus títulos honoríficos e então, somente depois, estaria autorizado o seu ingresso.
O próprio fundador de Lions Internacional, em que se pese sua condição profissional estável, não foi um milionário norte-americano, muito menos seus recursos eram comparáveis aos de um Rockfeller, a um Henry Ford.
Entrementes, aglutinou um sem número de pessoas consideradas de classe média da época, final dos anos 10, para formar a maior organização de serviço voluntário do mundo nos 90 anos seguintes ao seu surgimento.
Portanto, engana-se aquele que apregoa Lions como símbolo de ostentação social e assim se arvora como superior no conjunto da sociedade.
Lions, senhores e senhoras, é serviço desinteressado em pról dos menos favorecidos.
Praticar leonismo não é ir ao jantar ostentando o colar de esmeraldas, o relógio suíço, dirigir um "Jaguar" , embora se faculte a quem tenha, o direito de fazê-lo.
Quando se vai a um lar de idosos, a uma creche, os leões geralmente estão uniformizados e se você parar para perceber, verá que todos estão iguais, com suas camisetas amarelas, brancas ou azuis, todos mostrando que Lions é simplicidade.
Por demais, se a humildade é a fonte de toda riqueza, que exigir dos Leões senão exatamente esse exemplo, o de ser humilde.
Melvin Jones não pregou "ostenteis riqueza e poder". Mas, disse "servi ao seu próximo de forma desinteressada".
Portanto, ao completar 90 anos, o movimento leonístico precisa refletir sobre certos padrões de comportamento e estereótipos que na sua fundação, não existiram, mas que foram sendo incorporados com o tempo.
Nada contra quem desfrute do privilégio da riqueza material, mas o leonismo aceita sim, com muita satisfação, também ao associado que não dispondo do ouro, oferece simplesmente sua vontade de servir.
* CL Marco Aurélio Zaparolli
Assessor de Instrução Leonística do Distrito LC-8
Governadoria Mauro Covre / Silvete - AL 2007/2008
Presidente do CIRCLE-LP - Círculo Cibernético Leonístico da Língua Portuguesa
Associado do Lions de Marília - Terceiro Milênio - DLC-8
E-mail: marcozaparolli@hotmail.com
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